Tudo começou com o pensamento do Dr. Silas Munguba, fundador
desta instituição, de tratar as pessoas que aqui procuram ajuda, de forma
plena, a fim de transformá-los em verdadeiros cidadãos.
Por volta do ano de 2000, o então coordenador do Núcleo
Residencial, Prof. Alberto Plutarcho, em conversa informal com uma funcionária
da SEDUC, Prof. Neivinha, concretizou o
sonho de Dr. Silas, que assinou convênio com a Secretaria de Educação,
implantando assim, o Setor Cognitivo com a educação de jovens e adultos, dentro
de uma Comunidade Terapêutica, fato este pioneiro no Ceará.
Até hoje o “Supletivo”, como é chamado o Setor Cognitivo,
funciona facilitando a retomada dos estudos, desenvolvendo a parte cognitiva,
ajudando na ressocialização e revitalizando os recuperandos adequadamente para
o mundo do trabalho, além de prepará-los para a continuidade de seus estudos
fora do ambiente terapêutico.
A equipe, atualmente, é formada por três professores, que atua
tanto no ensino fundamental quanto no médio, certificando através do Centro de
Educação de Jovens e Adultos Prof. Moreira Campos.
Nesta jornada, cheia de histórias alegre e tristes podemos
destacar alguns casos:
- Em 2001, um recuperando que havia perdido tudo na vida,
inclusive a vontade de viver, viu no supletivo a esperança de mudança total de
sua vida. Começou revisando o ensino fundamental, se entusiasmou a ponto de
concluir o ensino médio e foi além, pois prestou vestibular, passou e hoje é um
advogado.
- Em meados de 2005, outro recuperando vivia falando que “papagaio velho não aprende
a falar”, pois já tinha completado 30 anos e não tinha mais “cabeça” para
estudar. Resolveu ficar somente na laborterapia enquanto os outros residentes
iam para a aula. Sempre ficava passando ao lado do local das aulas e respondia
as perguntas que os professores faziam aos outros alunos.Um dia resolveu
estudar e na época foi um dos melhores alunos.
- Houve também momentos tristes, como um recuperando que
fingia estudar, mas faltava muito. O interesse maior dele era adquirir a
Identidade Estudantil. Passou vários anos conosco até que resolvemos não mais
renovar sua carteira. Nunca mais ele retornou.
- Outro caso foi o de um recuperando que após ter desistido
do programa residencial, permaneceu no programa externo e no Supletivo. Certo
dia chegou à Instituição chorando muito, desesperado, contando para as duas
professoras que estavam na sala que tinha sido assaltado, que tinha perdido
tudo: roupas, cd`s, móveis, dinheiro, etc. e implorando ajuda. Elas,
prontamente, acreditando no seu infortúnio, ajudaram e liberaram inclusive sua
identidade estudantil. Muito agradecido pelo ato generoso as professoras, saiu
dizendo que voltaria no dia seguinte para fazer uma prova. Até hoje as
professoras estão esperando!
São tantas histórias que daria para escrever um livro.
Temos certeza que o nosso trabalho produz grandes e
preciosos frutos.
No comments:
Post a Comment