XADREZ NA SUPERAÇÃO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA

Falar das propriedades intelectuais e psicológicas que o jogo de xadrez proporciona me parece algo muito repetitivo e que já é do conhecimento da maioria das pessoas.

O xadrez, desde o seu início, é considerado um jogo de criatividade que desenvolve o raciocínio lógico e rápido, o poder de concentração, o desenvolvimento cognitivo, entre muitas outras qualidades. Entretanto, o desafio maior é trabalhar o xadrez como propriedade terapêutica ajudando o dependente químico na superação, com sucesso, das dificuldades inerentes ao tratamento.

É perceptível a síndrome de abstinência, a angústia, o afastamento familiar, a depressão, entre outros efeitos negativos que costumam ocorrer durante o tratamento por meio da internação, levando muitos a desistirem de completar a intervenção proposta.

Com seu caráter lúdico e recreativo o xadrez torna-se uma atividade agradável, envolvente e interessante na medida em que se aprende o movimento das peças do jogo. É comum, nos primeiros dias, o interno negar-se a aprender a jogar e é, nesta ocasião, que a intervenção é importante para estimular e mostrar que o xadrez não é um jogo tão difícil de aprender como é popularmente divulgado.

Na verdade, a grande maioria da população considera o xadrez como um jogo de difícil aprendizagem, só possível para algumas “mentes privilegiadas”. Isto acontece, provavelmente, por desinformação ou porque não tiveram acesso à sua prática.

Nosso trabalho no Desafio Jovem do Ceará tem-se pautado na estimulação e no ensino do xadrez de maneira pedagógica e criativa, levando o participante a adquirir os conhecimentos do jogo de forma paulatina e progressiva de acordo com seu nível de aprendizagem. Ensinamos desde os movimentos das peças até o estudo mais profundo de aberturas e jogadas complexas.

Com isso, acreditamos estar contribuindo e valorizando o ser humano para a recuperação da auto-estima, para que o seu processo de recuperação da dependência química aconteça de maneira satisfatória, tranqüila e mais feliz.  
PROF. DANILO MEDEIROS